F. C. Cesarense 1 AA. Coimbra 2
Cesarense Marco; Américo, Diogo, Careca (119’), Hugo, André Moreira, Mauro (Ayrton 79’), Joca, Toninho e Hélder e Renan (Ricardinho 63’). (Treinador - José Pedro).
AA. Coimbra
Peiser; Luís Nunes, Berger, Hugo Morais, Fábio (Bischoff 62’), Laionel (Júnior Paraíba 90+2), Miguel Fidalgo (Eder 62’), Diogo Valente, Pedro Costa, Diogo Melo e Hélder Cabral. (Treinador - Jorge Costa)Jogo no Estádio do Mergulhão Em Cesar
Árbitro: André Gralha
Auxiliares: Valter Oliveira e Pedro Neves
4ª Árbitro; João Mendes
ganha quem marca sendo ou não a melhor equipa em campo e foi o que aconteceu. O Cesarense depois de 120 minutos em que esbanjou oportunidades de golo,
viu tudo ir por água abaixo quando já se aguardava o apito final do jogo e, consequente marcação de grandes penalidades, para apurar quem seguiria em frente para a 4ª eliminatória.
Para a parte complementar os homens de José Pedro entraram melhor e, logo no inicio estiveram muito perto do empate, valeu Peiser com uma grande defesa desviando a bola por cima da trave.
A igualdade aconteceu aos 53’ por intermédio de Toninho
«Na primeira parte fomos superiores e podíamos ter resolvido o jogo. Depois o Cesarense marcou e teve uma grande atitude. Nesse período não estivemos tão bem. Não esperávamos ter de sofrer tanto. Podemos fazer muito melhor e estou certo que vamos melhorar. Já marquei em três competições e sinto-me feliz por isso. Eles pediram fora-de-jogo no meu golo, mas parti três/quatro metros atrás do último defesa.» .
Jorge Costa
não estava nada satisfeito com a exibição da sua equipa em Cesar. O treinador da Académica lamentou a qualidade da exibição dos seus pupilos e disse mesmo ter retirado «algumas conclusões» importantes para o futuro.
«Sabíamos que ia ser um jogo difícil. Estávamos preparados para isso. Entrámos bem, marcámos e depois facilitámos. O Cesarense reagiu bem. Fizemos uma segunda parte má e um prolongamento muito mau. Vencemos com muita felicidade. Podíamos ter sofrido um segundo golo no tempo regulamentar. A única felicidade é ter ganho e passado. Temos de tirar muitas conclusões deste jogo. Não é este o caminho que quero. Não me chega que os jogadores dêem tudo. Não soubemos gerir a vantagem e ter bola. Perdemos a organização. A vitória é muita feliz.»
A Académica venceu hoje o Cesarense por duas bolas a uma, na terceira eliminatória da Taça de Portugal.
A Académica venceu hoje o Cesarense por duas bolas a uma, na terceira eliminatória da Taça de Portugal. Foi já no tempo complementar que os "estudantes" conseguiram garantir a vantagem por 2-1, num encontro em que a equipa da II Divisão mostrou maior agressividade e mais oportunidades de chegar ao golo.
Ainda assim, o primeiro golo foi apontado por Diogo Valente, aos 29 minutos, chegando Toninho à igualdade já no segundo tempo, aos 54 minutos.
No entanto, Amaury Bischoff foi decisivo ao marcar o último tento do jogo, que possibilitou à Académica a manutenção na disputa pela Taça de Portugal, seguindo agora para a quarta eliminatória da competição.
José Pedro
treinador do Cesarense, era um homem frustrado após a derrota frente à Académica. Uma derrota «injusta», segundo disse aos jornalistas. Para o técnico, o Cesarense podia muito bem ter anho «por três golos de diferença».
«Temos de estar contentes com o que fizemos e saímos de cabeça erguida. Naquela altura em que surge o golo da Académica, já não esperávamos perder. Acreditámos que podíamos ganhar, criámos várias oportunidades, mas o que conta é a bola que entra no meio dos três paus. Sinto-me frustrado. Não merecíamos perder. Merecíamos, isso sim, ganhar por uma diferença de três golos
Taça de Portugal: Cesarense-Académica, 1-2, a.p. (crónica)
As medidas de austeridade adoptadas pela Académica de Coimbra iam explodindo nas suas próprias mãos. Só um pontapé de Amaury Bischoff aos 120 minutos, genial e injusto, afastou o Cesarense da Taça de Portugal.
Os estudantes cortaram na entrega, na despesa física e na beleza do futebol. Foram quase sempre inferiores a um oponente teoricamente mais fraco e não mereciam, longe disso, tamanha recompensa.
Objectivamente, ninguém ousaria dizer que há dois escalões a separar Cesarense e Académica. Por um dia, um domingo especial, o apartheid futebolístico deixou de fazer sentido. Não houve segregação ou preconceito de qualquer espécie no relvado do Mergulhão. Prova mais do que provada que esta Taça de Portugal ainda é o arauto da democracia do nosso futebol.
Relva amarelada e irregular, uma única bancada, o peão recheado de gente e um entusiasmo genuíno e incontrolável nas gentes de Cesar. Bem-vindos ao país real, ao Portugal do futebol autêntico e à terra onde o «nunca» é palavra proibida.
Neste enquadramento há coisas bem mais importantes do que a táctica. Lembramo-nos de umas quantas, tantas vezes confundidas com lugares-comuns: atitude, concentração, superação dos limites. Uma equipa que beba estes antídotos, uma espécie de cocktail mágico, merece o respeito e a consideração máxima dos opositores.
O Cesarense sorveu sôfrego o elixir composto por três palavras e a Académica sofreu a bom sofrer.
O milagre de Peiser antes da aparição de Bischoff
Do equilíbrio inicial sobrou apenas o golo de Diogo Valente, competente a aproveitar algum deslumbramento dos cesarenses. O resto foi equilíbrio, luta, entrega e despique olhos nos olhos. E se, até ao intervalo, pouco havia a apontar à Académica, na segunda parte a conversa muda de figura.
O Cesarense foi muito, muito superior na etapa complementar, e merecia bem mais do que o golo de Toninho. Organizada, com um belo guarda-redes e uma dupla de centrais forte, a equipa da II divisão merecia ter ganho e evitado o prolongamento. Um milagre duplo de Peiser, já no período de descontos, adiou a decisão para o tal pontapé esculpido em injustiça de Amaury Bischoff.
O Cesarense não merecia perder, muito menos com um golo sofrido aos 120 minutos. Merece, isso sim, o aplauso generalizado. Esta equipa é a prova viva do quão bem se pode trabalhar com um plantel semi-profissional.
Joaquim Silva
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