Cesarense 1 A. Académica de Coimbra 2 - 3ª eliminatória da taça de Portugal.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

17/10/2010
3ª Eliminatória
F. C. Cesarense 1 AA. Coimbra 2

Cesarense Marco; Américo, Diogo, Careca (119’), Hugo, André Moreira, Mauro (Ayrton 79’), Joca, Toninho e Hélder e Renan (Ricardinho 63’). (Treinador - José Pedro).
AA. Coimbra

Peiser; Luís Nunes, Berger, Hugo Morais, Fábio (Bischoff 62’), Laionel (Júnior Paraíba 90+2), Miguel Fidalgo (Eder 62’), Diogo Valente, Pedro Costa, Diogo Melo e Hélder Cabral. (Treinador - Jorge Costa)Jogo no Estádio do Mergulhão Em Cesar

Árbitro: André Gralha

Auxiliares: Valter Oliveira e Pedro Neves

4ª Árbitro; João Mendes

Disciplina: Amarelos: Fábio 54’, Renan 56’, Pedro Costa 74’ Hélder Cabral 75’, Américo 76’, Ayrton 90+1’), Eder 100’ e Berger 122’.

Marcadores: Diogo Valente 27’, Toninho 53’ e Diogo Valente 27’ e Bischoff 121’.

Estádio do Mergulhão “gelou” aos 120’

Decorria o minuto 120 quando um balde de água fria gelou por completo todos os sócios simpatizantes e apoiantes do Cesarenses que assistiam ao encontro a contar para a 3ª eliminatória da taça de Portugal Millennium 2010/2011 no estádio do Mergulhão.
No futebol não existe justiça ou injustiça

ganha quem marca sendo ou não a melhor equipa em campo e foi o que aconteceu. O Cesarense depois de 120 minutos em que esbanjou oportunidades de golo,

viu tudo ir por água abaixo quando já se aguardava o apito final do jogo e, consequente marcação de grandes penalidades, para apurar quem seguiria em frente para a 4ª eliminatória.

Decorria o minuto 27 quando os visitantes se colocaram na frente do marcador, Nuno Valente foi o autor do golo, que deixou algumas dúvidas num eventual fora de jogo. Os locais reagiram bem e procuravam chegar pelo menos ao empate ainda antes do intervalo mas a maior experiência dos jogadores da Académica acabava por anular essa reacção chegando-se ao intervalo com o resultado a favor dos visitantes pela margem mínima.

Para a parte complementar os homens de José Pedro entraram melhor e, logo no inicio estiveram muito perto do empate, valeu Peiser com uma grande defesa desviando a bola por cima da trave.

A igualdade aconteceu aos 53’ por intermédio de Toninho

que rematou forte e rasteiro fazendo a bola passar rente à base inferior do poste. Dois minutos depois o segundo golo esteve à vista acabando a bola por passar rente ao poste só que desta vez não entrou.

Era um Cesarense autoritário que criava oportunidades mas não as aproveitava e isso levou a que ao fim dos noventa minutos se recorresse a prolongamento de mais trinta. Passava o minuto 120 quando, na transformação de um livre, Bischoff colocou injustiça no resultado marcando um golo nada habitual pondo por terra as esperanças dos locais que saíram de cabeça levantada desta edição da taça de Portugal. Millennium 2010/2011
Os jovens da claque do FC.Cesarense
Diogo Valente, jogador da Académica, em declarações após a vitória por 1-2 em Cesar

«Na primeira parte fomos superiores e podíamos ter resolvido o jogo. Depois o Cesarense marcou e teve uma grande atitude. Nesse período não estivemos tão bem. Não esperávamos ter de sofrer tanto. Podemos fazer muito melhor e estou certo que vamos melhorar. Já marquei em três competições e sinto-me feliz por isso. Eles pediram fora-de-jogo no meu golo, mas parti três/quatro metros atrás do último defesa.» .

Jorge Costa

não estava nada satisfeito com a exibição da sua equipa em Cesar. O treinador da Académica lamentou a qualidade da exibição dos seus pupilos e disse mesmo ter retirado «algumas conclusões» importantes para o futuro.

«Sabíamos que ia ser um jogo difícil. Estávamos preparados para isso. Entrámos bem, marcámos e depois facilitámos. O Cesarense reagiu bem. Fizemos uma segunda parte má e um prolongamento muito mau. Vencemos com muita felicidade. Podíamos ter sofrido um segundo golo no tempo regulamentar. A única felicidade é ter ganho e passado. Temos de tirar muitas conclusões deste jogo. Não é este o caminho que quero. Não me chega que os jogadores dêem tudo. Não soubemos gerir a vantagem e ter bola. Perdemos a organização. A vitória é muita feliz.»

A Académica venceu hoje o Cesarense por duas bolas a uma, na terceira eliminatória da Taça de Portugal.

A Académica venceu hoje o Cesarense por duas bolas a uma, na terceira eliminatória da Taça de Portugal. Foi já no tempo complementar que os "estudantes" conseguiram garantir a vantagem por 2-1, num encontro em que a equipa da II Divisão mostrou maior agressividade e mais oportunidades de chegar ao golo.

Ainda assim, o primeiro golo foi apontado por Diogo Valente, aos 29 minutos, chegando Toninho à igualdade já no segundo tempo, aos 54 minutos.

No entanto, Amaury Bischoff foi decisivo ao marcar o último tento do jogo, que possibilitou à Académica a manutenção na disputa pela Taça de Portugal, seguindo agora para a quarta eliminatória da competição.

José Pedro

treinador do Cesarense, era um homem frustrado após a derrota frente à Académica. Uma derrota «injusta», segundo disse aos jornalistas. Para o técnico, o Cesarense podia muito bem ter anho «por três golos de diferença».


«Temos de estar contentes com o que fizemos e saímos de cabeça erguida. Naquela altura em que surge o golo da Académica, já não esperávamos perder. Acreditámos que podíamos ganhar, criámos várias oportunidades, mas o que conta é a bola que entra no meio dos três paus. Sinto-me frustrado. Não merecíamos perder. Merecíamos, isso sim, ganhar por uma diferença de três golos

Taça de Portugal: Cesarense-Académica, 1-2, a.p. (crónica)

As medidas de austeridade adoptadas pela Académica de Coimbra iam explodindo nas suas próprias mãos. Só um pontapé de Amaury Bischoff aos 120 minutos, genial e injusto, afastou o Cesarense da Taça de Portugal.


Os estudantes cortaram na entrega, na despesa física e na beleza do futebol. Foram quase sempre inferiores a um oponente teoricamente mais fraco e não mereciam, longe disso, tamanha recompensa.

Objectivamente, ninguém ousaria dizer que há dois escalões a separar Cesarense e Académica. Por um dia, um domingo especial, o apartheid futebolístico deixou de fazer sentido. Não houve segregação ou preconceito de qualquer espécie no relvado do Mergulhão. Prova mais do que provada que esta Taça de Portugal ainda é o arauto da democracia do nosso futebol.

Relva amarelada e irregular, uma única bancada, o peão recheado de gente e um entusiasmo genuíno e incontrolável nas gentes de Cesar. Bem-vindos ao país real, ao Portugal do futebol autêntico e à terra onde o «nunca» é palavra proibida.

Neste enquadramento há coisas bem mais importantes do que a táctica. Lembramo-nos de umas quantas, tantas vezes confundidas com lugares-comuns: atitude, concentração, superação dos limites. Uma equipa que beba estes antídotos, uma espécie de cocktail mágico, merece o respeito e a consideração máxima dos opositores.

O Cesarense sorveu sôfrego o elixir composto por três palavras e a Académica sofreu a bom sofrer.

O milagre de Peiser antes da aparição de Bischoff

Do equilíbrio inicial sobrou apenas o golo de Diogo Valente, competente a aproveitar algum deslumbramento dos cesarenses. O resto foi equilíbrio, luta, entrega e despique olhos nos olhos. E se, até ao intervalo, pouco havia a apontar à Académica, na segunda parte a conversa muda de figura.

O Cesarense foi muito, muito superior na etapa complementar, e merecia bem mais do que o golo de Toninho. Organizada, com um belo guarda-redes e uma dupla de centrais forte, a equipa da II divisão merecia ter ganho e evitado o prolongamento. Um milagre duplo de Peiser, já no período de descontos, adiou a decisão para o tal pontapé esculpido em injustiça de Amaury Bischoff.

O Cesarense não merecia perder, muito menos com um golo sofrido aos 120 minutos. Merece, isso sim, o aplauso generalizado. Esta equipa é a prova viva do quão bem se pode trabalhar com um plantel semi-profissional.

Joaquim Silva

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